quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cultura e Subalternidades: entrando no debate

O Grupo de Pesquisa em Cultura e Subalternidade existe desde 2010 e traz algumas características como parte do seu corpo teórico de estudos. A começar pelo nome, ao trazer a palavra cultura associada ao termo subalternidade as discussões versam sobre uma crítica da cultura em uma perspectiva que se aproxima e dialoga com a linha de estudos pós-coloniais da Índia e que, apesar das diferenças históricas, culturais e sociais, anos depois, também encontraram pouso em estudos realizados na América Latina. 

Spivak, autora do livro Pode o subalterno falar?
No contexto de estudos provenientes do sul da Ásia, a expressão subalterno começou a ser utilizada nos anos 1970 em alusão às pessoas colonizadas do subcontinente e a necessidade de, após a independência política das colônias, pensar em uma proposta de intervenção crítica sobre a historiografia desses povos, em busca de uma história alternativa ao discurso oficial. 

Entre os intelectuais de destaque no Grupo Sul-Asiático estão nomes como Ranajit Guha, Dipesh Chakrabarty e Gayatri Chakravorty Spivak que ficou conhecida no Brasil ao publicar o livro Pode o subalterno falar? (2010) em que traz uma abordagem do termo subalterno, além do significado de oprimido - proveniente da desigualdade de classes - mas como referente àqueles cuja representação está conformada pelo discurso hegemônico. No contexto latino-americano, a discussão recebeu contribuições de críticos como Robert Carr, Jose Rabasa, Ileana Rodriguez, Javier Sanjines e John Beverly, autor do livro Subalternidad y representación: debates en teoría cultural (2004). 

No Brasil, a discussão encontra diferentes contornos conforme o objeto de estudo, mas encontram pontos de convergência quando buscam problematizar as produções culturais a partir de uma perspectiva crítica do seu contexto de produção. Para conhecer um pouco da aplicação dessa abordagem, confira alguns artigos produzidos por autores brasileiros:

PRYSTHON, Angela. Margens do mundo: a periferia nas teorias do contemporâneo (clique para ler).
MATOS, Maurício. Subalternidades em perspectiva no cinema brasileiro (clique para ler)

Para conhecer mais o Grupo de Pesquisa Cultura e Subalternidades, acesse:
http://www.gpsubalternidades.ufba.br/